segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Seja singularmente o plural.

Faz muito, muito tempo que não paro realmente pra escrever algo que não tenha um tom social, anarquico ou socialista.
 Faz tempo, muito tempo que evito parar para escrever alguma análise psicológica de mim mesma. Porque sei que voltarei aquele tom nostalgico ou aquelas filosofias baratas, de caixa de leite, que eu adoro repetir.
 Ha que besteira, esse vai ser mais um texto assim.
 Todos esses meses que passei sem sentar em frente ao computador pra escrever algo sem compromisso serviu para que meus pensamentos ficassem rodando em círculos na minha cabeça.
... as vezes me sinto muito feliz, as vezes muito triste...
 Tentei me envolver em coisas pelas quais sempre tive paixões mas a maioria das vezes eu deixava esquecida. Na verdade fiz isso na tentativa de me desprender de paixões antigas. Nem sempre deu certo. E toda essa minha mania de ser burocrática e querer que tudo tenha um começo, meio e fim super definidos não podia ter me trazido nada além de frustração.
 A verdade é que preciso urgentemente voltar a ter aquelas idéias mirabolantes com aquele pensamento de que podia fazer qualquer coisa, e se nao desse certo eu simplesmente dizia: vamos partir pra outra!
 E foi sem escrever e voltando mentalmente a muitos anos atrás, que eu descobri que quando não nos preocupamos em provar nada pra ninguém as coisas são muito mais interessantes.

Qual é, se divertir é necessário!
 Ganhei dinheiro e não fiz nada com ele. Guardei sonhos. Enterrei sentimentos e me apeguei a coisas que sinceramente, não valiam nada. Coincidentemente encontrei muitos do meu passado e todos eles estao com aquela vida prometida de diploma, casamento, namoro sério, filho, bom emprego e bla bla bla.
E isso não me convence. Eu me disperso. Eu talvez não queira isso pra mim e talvez eu curta muito essa solidao e esse renascimento a cada dia.
 Eu não sou melhor, só diferente.
 Um dia eu passo horas enterradas nos livros, um dia eu me perco nos punks mas sujos e revigorantes, no outro nada me cai melhor do que Bethoven. Um dia eu me quebro de skate na rua, no outro eu recuso uma proposta de promoção no escritório, no outro dia eu quero só entrar num Cadillac, colocar The Kills, Jhonny Cash  ou Social Distortion pra tocar e ir pra qualquer lugar onde eu nao conheça nenhum rosto.
A PLURALIDADE AINDA É O QUE MAIS ME ENCANTA!
 Eu gosto dessa minha inquietude de sentimentos.
 E eu nao quero me preocupar se isso nao oferece segurança pro meu futuro. E quero que se dane o futuro porque ele nao me pertence.
  Eu vou continuar procurando brilhos no meio da minha escuridão.
  E quem sabe eu realmente fuja, nem que seja a pé pela estrada mais longa.