quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Desconexo

Altamente rendida a loucura, e constantemente na fronteira entre dois lados, sendo os dois meus. Neurótica. Em certos momentos psicótica, flertando com a vontade de fugir correndo de algo, ou para algo que seja meu.

Dançando com meus pensamentos que me pegam pela mão, voando com as perguntas que nem sempre tem respostas.
Eu me encaixo num mundo que enloqueceu, em mesas já postas.
Eu me perturbo em meu silêncio, e a liberdade se prende em mim.

As vezes niilista, as vezes poetisa, as vezes cética, idéias caquéticas que param no mesmo lugar.
Vestindo máscaras e são todas minhas, várias versões de mim exploradas e descobertas, sinceras e totalmente deconexas, lógica nem sempre precisa existir.

Tentando acordar as almas que morreriam pra se sentirem vivas.
Querendo viver pra sempre e morrer no próximo minuto.

De amor, de dúvida, de medo, ou exesso de coragem...
de falta de sentido, de falta de vontade
ao mesmo tempo que a vontade de viver pra sempre invade.

Deixando me permitir e vendo beleza nisso, escurecendo o que era claro e deixando a luz me cegar.
Incontrolável, inconstante, me rendo ao instante de estar aonde estou
procuro meu prazer, exploro os pecados
Sublimes anjos indomados.
Palavras sem nexo, sentimentos perplexos
milhões de mim guardadas em um olhar.

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Muito longe daqui.


Eu canso de empurrar o mundo, 
E o levar comigo.
Eu paro no caminho e todo o mundo
Fica muito, muito longe de mim.
Eu não sei se estou muito acima,
Ou muito abaixo de todo o mundo.
Imploro por uma arma, por uma alma.
Eu rezo mais já não sei quem chamar.
Eu parei de chamar quando vi que ninguém respondia.
Agora eu cansei de levar o mundo.
Quem vai me levar?
Ficarei eu aqui sem forças pra andar sozinha
Sem vontade de descobrir se estou muito acima,
Ou muito abaixo de todo o mundo.
Eu não acho razões pra ficar,
Nem razões pra continuar.
Ou elas estão tão perto de mim que eu estou fugindo
E tentando não enxergá-las.
Talvez só muito acostumada a ser cega.
Eu paro de carregar o mundo, e o levar.
E sinto todo o mundo...
Muito, muito longe de mim.

Só mais um dia vazio.


Ninguém ouve as vozes que ouço   
Ninguém ouve meu grito interno de socorro
Ninguém vê minhas lágrimas de todas as noites
Mesmo quando há alguém ao meu lado.
Ninguém entende as traduções que as músicas
Mais tristes fazem de mim.
Eu odeio aqueles dias em que não há ninguém
Em que eu sinto falta e não tenho certeza de quem.

Eu queria me levar de novo àqueles momentos perfeitos
Agora eu aqui sozinha permaneço
O travesseiro molhado e eu me pergunto
Se eu estou me negando a aprender o que é se apaixonar
Por qualquer coisa.
Perguntando-me se eu ainda acredito,
Ou se meu jovem coração está perdido.
Sem sentido.

Eu não me sinto bem assim,
Vendo todas as portas trancadas.
Será que alguém pode me ver?
Ou se eu, jovem, também estou muito perdida?
Eu odeio aqueles dias que não há ninguém
Só a presença de alguém que não tenho certeza quem,
Enquanto eu sinto falta e não tenho certeza se é de alguém.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Não dito.



As palavras que não são ditas
são cantadas.
O que é cantado,
é sentido.
Palavras nem sempre escolhidas
sussurradas em nossos ouvidos
Plantadas em nosso coração
A cada minuto que tudo se traduz numa canção.


Boas músicas, boas leituras e boas companhias.

Impressionante a influência que a música tem em mim, a imensa capacidade de traduzir todos os meus sentimentos que julgava incompreensíveis, a facilidade de me transferir apenas pra dentro de mim mesma.
Em cada nota uma lágrima, um sorriso, uma história. Não, não entendo nada de técnica ( longe disso), é apenas...sentimento.
Ela é um dos motivos que me fazem levantar nos momentos mais desesperadores, em que não há a nada a minha volta além de paredes cinzas que se fecham. É um dos motivos que fazem dos momentos mais simples, deliciosamente felizes, momentos eternos.
Ela que me define na minha incoerência. Que move minha alma. Que embala minha revolta, meu ódio, meu amor.
Se há uma fórmula, aí está ela: BONS LIVROS, BOAS MÚSICAS E BONS AMIGOS, SEMPRE!


Lembro-me de um trecho de um livro:
"... me apresso a escrever o sentimento que me inunda quando escuto música. Amo-a de um modo inimaginável, mas quase doentio e amargo. Acho impossível explicar com palavras a sensação complexa e profunda que experimento, algo de frágil e de delicado começa dolorosamente a se mover em minha alma, algo que me retesa os nervos de alegria e tristeza, sinto um quê de indefinido que deseja se expressar."
8 de outubro de 1.932_ Diário de Nina.