segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Apenas um desabafo

Queria que todas as dores e revoltas pudessem ficar dentro dessas palavras. Que essa válvula de escape pudesse curar tudo que eu não consigo curar, que ninguém consegue entender, que ninguém quer ouvir, que ninguém se importa.
Eu queria , as vezes, que eu saísse dessa linha tênue entre ilusão e realidade e ficasse em um dos lados.
Mas não é possível. Vivendo de um lado sempre tentando compreender o outro.
Tantas coisas que eu queria...
Fugir, ficar, me entregar ao meu mundo paralelo e as vezes fugir dele. Queria não achar que eu vou enloquecer ou que eu me rendo tão fácil aos meus questionamentos entrando num universo paralelo.
Queria ser sábia e controlar minhas palavras e meus sentimentos de raiva de tudo. Queria parar, pensar antes de jogar todas as teorias, pensamentos, infelicidades, descontentamentos, perguntas...
aquelas sem sentido que quase ninguém se faz.
Desde as coisas mais complexas e as viagens mais profundas, os mundos mais obscuros,
até as coisa mais simples e bobas, que parecem as vezes que não importam, mas só eu sei como fazem diferença.
Eu vejo desigualdade e pessoas sem sentido a todo momento, eu vejo alguém sem talento estar no topo e vejo alguém que realmente é bom em algo, esquecido por tudo e por todos.
Eu vejo pessoas sem coração se banhando em rios de dinheiro e futilidade, e vejo alguém realmente merecedor de algo bom, que sabe ser HUMANO, não ter nada. Sendo chutado, sendo jogado, sendo apedrejado pelos outros, pela vida. A cruel vida, e o destino que as vezes zomba de todos nós e zomba dos que se acham mais importantes que ele, mais importantes que tudo.
Eu vejo guerreiros lutando dia e noite sem nunca vencer a guerra.
Eu me vejo incapaz, e impotente de salvar a mim mesma e a todos.
Descontente, as vezes nem tão presente, eu aqui e o pensamento longe.
Eu vejo meu mundo sendo violado por todas as regras e convenções que não me dizem nada, e que por algum motivo eu tenho que seguir.
Eu me vejo tendo esperança em algo, acreditando que um dia as pessoas se lembrarão de serem humanas.
Sem esperar ganhar coisas em troca, sem desmerecer as belas palavras, as poesias cantadas,
os bons corações e as boas canções.

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